Homofobia e Xenofobia: Nos Dias de Hoje

Publicado  quinta-feira, 1 de julho de 2010

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação


XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste – Goiânia – GO 27 a 29 de maio de

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Homofobia e Xenofobia: Nos Dias de Hoje
 MENDES, Rafaela Faculdade Anhanguera Educacional

Resumo

Trata-se de um ensaio com o objetivo de refletir sobre a homofobia e a xenofobia dentro da sociedade, comparar as pessoas que tem preconceitos com os demais não tem estes tipos de pré conceitos mostrar que a homofobia é o preconceito existente em pessoas contra os homossexuais ou a homossexualidade e a homofobia inclui também o ódio, a aversão, repulsa, nojo, enfim, qualquer sentimento contra o homossexualismo, pessoas que possuem esse distúrbio geralmente evitam ter contato com outros indivíduos estranhos, essa atitude tem como objetivo poupar o xenófobo de angústia, ansiedade, elevação da tensão arterial e freqüência cardíaca, além de apresentar ataque de pânico.

Palavras-chave Homofobia e Xenofobia – A visão da sociedade – Pessoas que sofrem Introdução No Brasil existe nos dias de hoje a homofobia e a xenofobia, mas isto não existe só dentro do nosso país. Qual seria a razão para isso? Para realizarmos essa discussão é necessário apontar alguns referenciais. * Xenofobia: e o medo que o ser humano tem ao que é diferente podem ser definidos por distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo ao que é desconhecido. * Homofobia: caracteriza o medo e o resultante desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Estes termos no caso da xenofobia é muito usada quando se refere a qualquer forma de preconceito, racial, grupal ou cultural. Apesar de amplamente aceito, este significado gera confusões associando xenofobia a preconceitos. Já na homofobia o termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afetivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um ódio generalizado aos homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação anti-homossexual. __________________

1. Trabalho apresentado no IJ 07 - Comunicação, Espaço e Cidadania XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Cnetro-oeste realizado de 27 a 29 de maio de 2010.

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Até então, costuma-se acreditar que esse problema seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. Idéias que se tinha como fora de moda, absurdas e retrógradas, podem novamente vir a ser atuais e modernas. Isso significa que as ideais não morrem pelo simples decurso do tempo e que, em conformidade com o espírito de uma época, podem retornar.Para muitas pessoas é fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são. A homofobia se manifesta de diversas maneiras, e em sua forma mais grave resulta em ações de violência verbal e física, podendo levar até o assassinato de LGBT. Nestes casos, a fobia, essa sim, é uma doença, que pode até ser involuntária e impossível de controlar, em reação à atração, consciente ou inconsciente, por uma pessoa do mesmo sexo. Ao matar a pessoa LGBT, a pessoa que tem essa fobia procura “matar” a sua própria homossexualidade. A homofobia também é responsável pelo preconceito e pela discriminação contra pessoas LGBT, por exemplo, no local de trabalho, na escola, na igreja, na rua, no posto de saúde e na falta de políticas públicas afirmativas que contemplem LGBT. Infelizmente, também, os valores homofóbicos presentes em nossa cultura podem resultar em um fenômeno chamado homofobia internalizada, através da qual as próprias pessoas LGBT podem não gostar de si pelo fato de serem homossexuais, devido a toda a carga negativa que aprenderam e assimilaram a respeito. Para tanto, o Dia 17 de Maio, além de relembrar que a homossexualidade não é doença, tem uma característica de protesto e de denúncia. No mundo inteiro, há um número crescente de atividades sendo realizadas neste dia. Qual seria, então, a diferença homofobia e xenofobia para o resto da sociedade? Para o professor Drawin ressaltou que nossa sociedade esta acometida de uma esquizofrenia que impede a conquista do direito à diferença. Assim, a criminalização do racismo não pode ficar assim tem que haver propostos para enfrentar a questão da exclusão. Matérias e Métodos

Este estudo assume como quadro de referência a dialética. Por dialética compreende-se que dialética que e a contradição de algum fato observado e o ato da

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atividade do sujeito que a observas. Que e as oposições contraditórias entre o todo e a parte e os vínculos do saber e do agir coma vida social do homem. Em outras palavras, põe-se á prova, as produções teóricas pretensas representações da realidade como via única de conhecimento e verdade (CHIZZOTTI,2001,P.80). A escolha desse método deve-se ao fato que a dialética assegure a lustoricidade e a contextualização seria para o desenvolvimento em tela. A final, o que importa é garantir as leis da dialética1 ao longo de todo o processo de investigação. Por universo compreende-se o conjunto onde se insere seu objeto de pesquisa, no qual seus elementos são mostrar o que é homofobia e xenofobia e como afeta as pessoas que são. Dada a impossibilidade de se levantar toda as informações nestes campos, a amostra será constituída comparando xenofobicos e homofobicos com pessoas normais da sociedade. Esta pesquisa fará uso da fonte de informações Documentação Indireta e Direta e Observação Direta Intensiva. A Documentação Indireta implica em dois tipos de pesquisa: Documental e Bibliográfica. Por pesquisa Documental compreende-se que a “a fonte de coleta de dados, está restrita a documentos,escritos ou não,constituído o que se denomina Fontes Primarias”.(LAKATOS;MARCONI,2003,p.174).As Fontes de Documentos podem ser encontradas em:arquivos públicos,privados e em fontes estatísticas .Os Documentos escritos referem-se a documentações oficiais,publicações parlamentares,documentos jurídicos,fontes estatísticas,publicações administrativas documentos particulares (LAKATOS;MARCONI,2003). Pesquisa Bibliográfica são Fontes Secundárias, que constituem: imprensa escrita; meio áudio visual; material cartográfico; publicações (LAKATO; MARCONI,p.183-185). Decorrente da Documentação Direta, a presente pesquisa, recorrerá á Pesquisa de Campo. A Documentação Direta [...]constitui-se, em geral, no levantamento de dados local onde os fenômenos ocorrem(LAKATOS; MARCONI, 2003, p.186).

A Pesquisa de Campo não prescinde da pesquisa bibliográfica “[...] ela servirá, como primeiro, para se saber em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto” (LAKATOS; MARCANI, 2003, p.186). A forma de coleta de dados

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Observação Direta Intensiva poderá ocorrer por meio de duas técnicas: Observação e Entrevista. A Observação é uma técnica valiosa de coleta de dados e informações que “não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em axaminar fenômenos que se desejam estudar (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.190). A técnica a ser utilizada nesta pesquisa, se dará por meio de uma observação não estruturada assimétrica, ”na qual o observador não procura um comportamento específico, mas apenas observador e, simplesmente, registra as diferentes ocorrências” (VIANNA, 2003, p.30). Entrevista é [“...] um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. (LAKATOS;MARCONI,2003,p.195). A técnica a ser utilizada nesta pesquisa sará uma entrevista assistemática, que “solicitam respostas espontâneas, não dirigidas pelo pesquisador” (GOLDENBERG, 2004, p.89). O método de procedimento a ser usado nesta pesquisa será o Estudo de Caso. Segundo Chiste (2001, p.102), o Estudo de Caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso em particular ou de vários casos, a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou ação transformadora. Objetivos gerais 1) Comparar as pessoas com preconceitos xenofobicos e homofobicos com os demais membros da sociedade e assim mostrar o mal que eles fazem. 2) Estimular as pesquisas nas área do preconceito. Objetivos específicos 1) Comparar o desempenho social e cultural de pessoas com preconceito; 2) Comparar o desempenho dos que sofrem preconceitos; 3) Identificar o perfil dos que tem estes tipos de preconceito; O problema e sua delimitação E quanto ao perfil,quem são estas pessoas que tem preconceito? São pessoas de baixa renda que estudaram em escolas publicas, ou pessoas de classe alta que tiveram de tudo.

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Segundo fontes aproximadamente 10% da população alemã é composta por estrangeiros, dos quais 28% são turcos, os mais atingidos pela discriminação. A discriminação é especialmente visível em demonstrações da extrema-direita e músicas, sendo que estas últimas já criaram um novo mercado: o mercado do rock de direita. Felizmente, ocorrem, paralelo a muitas demonstrações nazistas que já há bastante tempo vêm acontecendo, com ódio a imigrantes e resistência contra o governo alemão manifestações contrárias de combate a um possível crescimento da xenofobia. Mas, também, entre o leste e o oeste da Alemanha, o “muro na cabeça” dos alemães ainda não caiu. Os salários mais baixos e o maior desemprego no leste demonstram que, após 12 anos, a unificação alemã ainda não foi alcançada. A divisa continua sendo publicamente reforçada através das constantes comparações e da rotulagem do leste como “os novos Estados” o que, de fato, confirma a existência de uma Alemanha no leste e outra no oeste. Evidentemente, o avanço da extrema-direita não ocorre por acaso. A crise da economia e do Estado de bem-estar social, associada às rápidas transformações tecnológicas, ocasionou um crescente desemprego e colocou a competitividade a qualquer custo como única alternativa de sobrevivência. Esta conjuntura gera insegurança, ressentimento e violência. Com o gradativo desmonte do Estado de bem-estar social por parte dos governos social-democratas, os quais até agora se apresentaram como alternativa contra os partidos de direita, a população ficou desorientada, especialmente os desempregados, trabalhadores e jovens. Se, nestas circunstâncias, as alianças de “centro-esquerda” ainda estão sem perspectiva e não oferecem uma clara linha e alternativas políticas, abre-se o espaço aos velhos charlatões políticos. A extrema direita procura enfocar os problemas dos países que afetam diretamente a maioria da população e propõe soluções simples e discriminadoras, mas que exercem um forte poder de atração. É, por exemplo, mais fácil responsabilizar os estrangeiros pelo desemprego, pela criminalidade e pela insegurança, do que entender as complexas razões dos problemas.

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As soluções apresentadas são, então, também bem simples e conduzem à xenofobia, quando os estrangeiros são tratados como concorrência indesejada. Mas, a xenofobia expõe os países europeus a uma séria contradição econômica. Por causa do baixo índice de natalidade e da crescente expectativa de vida da população, existe a tendência de que a Europa venha a ser a sociedade mais idosa do mundo. Nesta perspectiva, conforme um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em 2000, 1,5 milhão de estrangeiros teriam de imigrar para a Europa por ano, somente para sustentar o atual número de pessoas em idade de trabalho até 2050. Para manter constante a proporção entre trabalhadores e pensionistas, seriam necessários 13,5 milhões de imigrantes por ano. Entre 1948 e 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a homossexualidade como um transtorno mental. Em 17 de maio de 1990, a assembléia geral da OMS aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. A nova classificação entrou em vigor entre os países-membro das Nações Unidas em 1993. Com isso, marcou-se o fim de um ciclo de 2000 anos em que a cultura judaico-cristã encarou a homossexualidade primeira como pecado, depois como crime e, por último, como doença. Apesar deste reconhecimento da homossexualidade como mais uma manifestação da diversidade sexual, as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) ainda sofrem cotidianamente as conseqüências da homofobia, que pode ser definida como o medo, a aversão, ou o ódio irracional aos homossexuais: pessoas que têm atração afetiva e sexual para pessoas do mesmo sexo. Breve referencial da discussão sobre Homofobia e Xenofobia: Nos dias de hoje. A homofobia e xenofobia no país começaram a ter um desempenho muito grande, mas o que teria levado a isto? Por que as pessoas adquiriram este péssimo hábito na sociedade em que vivemos. A Declaração Univewrsal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unida afirma:

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Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

A expressão direitos humanos já diz, claramente, o que este significa, direitos humanos são os direitos do homem diria que são direitos que visam resguardar os valores mais preciosos da pessoa humana, ou seja, direitos que visam resguardar a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, a dignidade da pessoa humana. Os direitos humanos são básicos a qualquer ser humano, porque através dele se tem a idéia de liberdade de pensamento e de expressão e a igualdade perante a lei, o direito humano surgiu da idéia de direitos naturais que tem um conceito filosófico que tudo seria atribuído por Deus. Foi a luta contra a opressão que ajudou o surgimento dos direitos humanos, a luta pela liberdade e pela vida, liberdade que significa muito mais do que não estar preso, e a libertação de regimes econômicos, sociais e políticos que oprimem e impõem a fome e a miséria. É importante saber que a vida é um direito humano do qual ninguém pode ser privado, mas a garantia à saúde, educação, salário justo e moradia também é suo, ninguém vive em condições dignas sem alimentação, vestuário, moradia, trabalho, previdência, participação política e tudo o mais,isto quer dizer que os direitos humanos não podem ser divididos,eles dependem uns dos outros, valem para todas as pessoas do mundo, são universais. Os direitos humanos traduzem com fidelidade o seu tempo as inquietações daquele exato momento histórico são, portanto, resultado de um dado momento na evolução da mentalidade dos seres humanos, podendo, por vezes, parecer eventualmente absurdos, excessivamente dogmáticos, rígidos ou lúcidos e liberais, mas em seu permanente movimento, será sempre a tradução mais autêntica de um povo. As evidências demonstram o absurdo e a contradição da xenofobia na Europa, quando a extrema-direita, com seu discurso nacionalista, se coloca contra os próprios interesses de seus países. Pode ser também que, em função da sua superficialidade, a ideologia do racismo seja tão difícil de ser combatida.

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Quando os interesses particulares das pessoas são manipulados de tal forma, que o passado não tenha mais sentido e que as perspectivas racionais de futuro sejam concebidas como inalcançáveis, operam idéias que nem sequer mais eram levadas a sério. Na Europa, muitas pessoas estão chocadas com o avanço do neofascismo. A maioria não queria acreditar que partidos de extrema direita pudessem ter sucesso nos “democráticos” países industrializados europeus. Na Alemanha, onde especialmente o anti-semitismo marcou a história, impera o silêncio diante do avanço da extrema-direita nos países vizinhos. O NPD (Partido Democrático Nacional da Alemanha) que, segundo o atual governo, deveria ser proibido, comemora o sucesso da extrema-direita na Europa, especialmente na França e na Holanda. Apesar dos partidos de extrema-direita na Alemanha estarem fragmentados e até agora não terem conseguido o mínimo de 5% de votos necessários para ocupar uma vaga no Congresso, eles vislumbram, agora, boas perspectivas para frente. A organização da extrema-direita também cresceu com a utilização da Internet. Mais de 800 sites na Internet oferecem textos, músicas e informações sobre demonstrações neonazistas, o que o governo não pode proibir, pois muito do que é oferecido provém do exterior. É notável, também, que o fenômeno do neonazismo tem aumentado nas escolas. O termo "heterossexismo" não é familiar para muitos porque é relativamente recente. Só há relativamente pouco tempo é que tem sido utilizado, juntamente com "sexismo" e "racismo", para nomear uma opressão paralela, que suprime os direitos das lésbicas, gays e bissexuais. Heterossexismo descreve uma atitude mental que primeiro categoriza para depois injustamente etiquetar como inferior todo um conjunto de cidadãos. Numa sociedade heterossexista, a heterossexualidade é tida como normal e todas as pessoas são consideradas heterossexuais, salvo prova em contrário. A heterossexualidade é tida como "natural", quer em termos de estar próxima do comportamento animal, quer em termos de ser algo inato, instintivo e que não necessita de ser ensinado ou aprendido.

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Quando seres humanos dizem que algo é "natural", em oposição a um comportamento "adquirido" através de um processo de aprendizagem, geralmente querem dizer que não é possível desafiá-lo nem mudá-lo e que seria até mesmo perigoso tentar fazê-lo. No passado, dominava a idéia de que os homens eram "naturalmente" melhores nas ciências e no desporto e líderes natos, mas as mulheres tiveram a oportunidade de desafiar estas idéias e de mostrar o homem e a mulher numa perspectiva completamente diferente. Este desafio foi facilmente perpetuado assim que se começou a evidenciar que os homens são empurrados para posições de vantagem por uma sociedade que está estruturada para beneficiá-los, um processo (a opressão das mulheres) mais tarde denominado de sexismo. Do mesmo modo, tem-se tornado evidente que a heterossexualidade, tal como a dita superioridade masculina, é tão natural, como adquirida. O facto de a maioria dos homens e mulheres a escolherem como a sua forma preferida de sexualidade tem por vezes mais a ver com persuasão, coerção e a ameaça de ostracização do que com a sua superioridade como forma de sexualidade. O heterossexismo está institucionalizado nas nossas leis, orgãos de comunicação social, religiões e línguas. Tentativas de impor a heterossexualidade como superior ou como única forma de sexualidade são uma violação dos direitos humanos, tal como o racismo e o sexismo, e devem ser desafiadas com igual determinação. O Programa “Brasil sem Homofobia” é uma articulação bem sucedida entre o Governo Federal e a Sociedade Civil Organizada, que durante aproximadamente seis meses se dedicou a um trabalho intenso, fundamental para o alcance do resultado apresentado nesta publicação. Um dos objetivos centrais deste programa é a educação e a mudança de comportamento dos gestores públicos. Buscamos a atitude positiva de sermos firmes e sinceros e não aceitarmos nenhum ato de discriminação e adotarmos um “não à violência” como bandeira de luta.

A expectativa é que essa integração interministerial, em parceria com o movimento homossexual, prospere e avance na implementação de novos parâmetros

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para definição de políticas públicas, incorporando de maneira ampla e digna milhões de brasileiros. As políticas públicas traduzidas no Programa serão exitosas porque é uma decisão de todos, elaboradas pelo consenso. Entretanto, a participação de cada um de nós como cidadão é importante para a consolidação dos direitos humanos como direito de todos. Legislação que proíbe as descriminações no exercício de direitos, por motivos baseados na raça, cor nacionalidade ou origem étnica: Lei nº 134/99, de 28 de Agosto; Decreto-Lei nº 111/2000, de 4 de Julho. A igualdade é a característica do que é igual. O que significa que nenhuma pessoa é mais importante que outra, quaisquer que sejam os seus pais e a sua condição social. Naturalmente, as pessoas não têm os mesmos interesses e as mesmas capacidades, nem estilos de vida idênticos. Conseqüentemente, a igualdade entre as pessoas significa que todos têm os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. No domínio da educação e do trabalho, devem dispor de oportunidades iguais, apenas dependentes dos seus esforços. A igualdade só se tornará uma realidade quando todos tiverem, em termos idênticos, acesso ao alojamento, à segurança social, aos direitos cívicos e à cidadania.O interculturalismo consiste em pensar que nós enriquecemos através do conhecimento de outras culturas e dos contactos que temos com elas e que desenvolvemos a nossa personalidade ao encontrá-las. As pessoas diferentes deveriam poder viver juntas apesar da sua diferença cultural. O interculturalismo é a aceitação e o respeito pelas diferenças.A atitude perante o "outro"depende em larga medida de uma sobreposição, por vezes contraditória, de identidades, influências e lealdades, cuja interacção resulta numa disposição particular para a cooperação transnacional. De forma a podermos combater os impulsos conflituosos que derivam de todo este contexto, é preciso encontrar o que Talcot Parsons chama de "core system of shared meaning".É preciso, nacional e internacionalmente, promover um relacionamento institucional, econômico, político, social e inter-pessoal coerente.Esta coerência passa pelo reforço da interculturalidade.

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E esta assenta no conhecimento do "outro", daí a sua importância fundamental no combate ao racismo e à xenofobia, que assentam em preconceitos resultantes do desconhecimento ou conhecimento deturpado. A interculturalidade é uma batalha a ganhar gradualmente e vários são os campos onde podem ser levadas a cabo ações decisivas. A Educação é, sem dúvida, uma das áreas onde numerosas vitórias podem ser conseguidas. Não é, na verdade, uma tarefa fácil mas é certamente uma das vias a seguir dada a sua influência estrutural na preparação dos cidadãos de amanhã. A Bíblia tem Xenofobia? Xenofobia: Refere-se a qualquer forma de preconceito, racial, grupal ou cultural. ''Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a ''linhagem santa'' com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão. '' (Esdras 9.2) ''Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos'' (1 Samuel 15.3) Será que os hebreus, eram xenófobos. Ainda hoje ha vários grupos de judeus o são, sobretudo os mais ortodoxos e conservadores. São povos que não se misturavam com outros povos, se diziam os eleitos de Deus. Refletiam a cultura em que foram criados, as rivalidades entre tribos, entre famílias. Isso acabou com Jesus, que igualou todas as pessoas do mundo, inclusive os não judeus, que eles chamavam de gentios. Sua pregação e sua mensagem foi e é para todos, o cristianismo acabando com a xenofobia dos hebreus e iniciando um tempo novo em que todos são eleitos de Deus, do selvagem ao mais civilizado, de todas as raças, de todas as etnias, de todos os credos, de todos os sexos. Referências bibliográficas PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica. 3. ed. Futura.Reimpressão, 4.ed. 2001.

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SAVIANI, Demerval. A Universidade e a Problemática da Educação e Cultura. Educação B LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos da Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas,2003. Cap. 9, p.174-214. rasileira. Brasília, v. 1, n. 3, p. 35-58, maio/ago.2005. CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004.
 
por: Rafaela Mendes

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